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Notícias

Diretoria da Fenacef se reúne com o vice-presidente da República

13/02/2019 - Fenacef
Foto: Arquivo Fenacef

 

A audiência com general Hamilton Mourão, vice-presidente da República, aconteceu ontem (12), em Brasília - DF, no gabinete da Presidência.
Segundo o presidente da Fenacef, Edgard Antônio Bastos Lima, o objetivo do encontro foi apresentar as situações mais graves porque passam a Funcef e seus assistidos e solicitar a mediação do vice-presidente no sentido de facilitar a resolução dos problemas da Fundação e de seus participantes, tendo em vista a forte influência governamental tanto na Caixa quanto na Funcef.

Seguindo a orientação do vice-presidente, a Fenacef agendará reuniões: com o presidente da Caixa , Pedro Guimarães, para tratar das questões apresentadas na audiência; com o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, para tratar dos assuntos relacionados á Operação Greenfield e com o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, para tratar dos processos que estão tramitando no Congresso Nacional e que possuem elevada importância para os aposentados e pensionistas.

Representaram a Fenacef, na audiência: o presidente, Edgard Antônio Bastos Lima, a vice-presidente, Lúcia Cavalcante Dejavite, o diretor de benefícios, Lúcio Nelson Martins Filho e a conselheira, Vera Lúcia Faria de Moraes. 

Leia abaixo, na íntegra, o ofício enviado à Vice-Presidência contendo os assuntos da reunião

Of. 005/19                                              Brasília, 12 de fevereiro de 2019
 
 
Excelentíssimo Senhor
General Hamilton Mourão
Vice-Presidente da
República Federativa do Brasil.
 
Senhor Vice-Presidente,
 
Somos a FENACEF - Federação Nacional das Associações de Aposentados e Pensionistas da CAIXA. Representamos um contingente de 48 mil aposentados que contribuiu, ao longo de 35 anos de vida laboral, para formação de reservas à aposentadoria, para a FUNCEF - Fundação dos Economiários Federais.
 
Somos, juntamente com os empregados ativos da CAIXA, 132 mil participantes do Fundo.
 
A FUNCEF possui um patrimônio na ordem de 60 bilhões e tem como Patrocinadora a CAIXA ECONOMICA FEDERAL.
Amargamos, desde 2014, déficits sucessivos, até 2016, num valor consolidado, atual,  de 21 bilhões!
Estes déficits geraram contribuições extraordinárias entre 20 e 27% sobre o benefício bruto, descontado mês a mês, por um prazo de até 18 anos isto se não acontecerem mais déficits!
 
As origens do problema absurdo tem, além de circunstâncias conjunturais, fortes componentes de falhas de gestão, operações com evidente dolo e benefícios de terceiros.
Questões de autoria e definição de responsabilidade já foram alvo de uma CPI dos Fundos de Pensão que apurou sérios indícios encaminhamos aos poderes competentes. As ocorrências são alvo de inúmeras ações judiciais e encaminhamentos visando o ressarcimento ao Fundo e, consequentemente, a paralização dos aportes que estão dizimando a parte mais fraca da relação, os participantes que, certamente, não produziram nenhum dos nefastos atos.
 
Temos três pontos principais de atenção que podem agilizar a solução:
 
• OPERAÇÃO GREENFIELD:
 
Força Tarefa da PGR e PF, criada para investigar ocorrências negociais suspeitas dos Fundos de Pensão, principalmente, FUNCEF, PETROS, POSTALIS e PREVI. Começou com 10 casos em análise, hoje possui mais de 100!
Até o segundo ano de funcionamento, produziu, 10,7 bilhões em acordos no curso da investigação e, desses, aproximadamente, 2 bilhões retornaram à FUNCEF.
Somente da FUNCEF, a ser investigados, temos 9 bilhões e o somatório relativo a todos os Fundos chega a inacreditáveis 54 bilhões! O rápido e continuo processo de investigação, apuração e inquérito é nossa melhor chance de retorno a médio prazo.
No entanto, no quadro de Procuradores destacados, em torno de 13, apenas 3 tem dedicação exclusiva e o efetivo da Polícia Federal é reduzido em relação ao volume de investigação, sendo que apenas uma Delegada conduz os inquéritos e sem regime de exclusividade.
 
Seriam necessários, pelo menos, 15 Procuradores com dedicação exclusiva para concluir o trabalho em dois anos, com incremento, substancial e concomitante, dos quadros da Polícia Federal.
Da forma até aqui configurada, os prazos superam os cinco anos, com risco da operação esvair-se, jogando tudo na vala da impunidade.
 
• CONTENCIOSO JUDICIAL
 
Existe um volume expressivo de ações judiciais impetradas contra a FUNCEF, por seus participantes, que envolvem, também, a relação trabalhista com a CAIXA. Dessas, já provisionamos em balanço 1,3 bilhões, aumentando nosso deficit. Um  saldo de 16,2 bilhões, tramita sem a necessidade ainda de provisionamento mas com risco real de futuro.
A CAIXA aceitou tratar do assunto para definir responsabilidades na assunção mas os trabalhos pararam e continuam paralisados. Temos aí mais uma condição de recuperação no curto e médio prazo.
É preciso que o tema tenha um olhar forte da administração da CAIXA no sentido de tratar o assunto de forma continuada e efetiva, visando rápida definição.
 
-                O futuro da FUNCEF, assim como dos demais Fundos, que contribuem fortemente ao progresso do País e tem sob sua guarda, mais de 1,2 milhões entre participantes, beneficiários e dependentes, tem relação direta com a gestão dos ativos e passivos, com os atos e fatos do dia a dia. Os participantes tem aprendido, a duríssimas penas, como funciona, como estar vigilantes, como cobrar mais transparência nas ações mas, o papel da Patrocinadora, no caso da FUNCEF, que indica metade da gestão, aí incluídos o Presidente da Executiva e o Presidente do Conselho  Deliberativo, é fundamental e como tal legislado, no acompanhamento, fiscalização e apoio efetivos, para que o descalabro que nos aconteceu não torne a se repetir! As indicações de gestores precisam ser, sempre, embasadas, além das premissas de competência técnica, também dos princípios de retidão de caráter, responsabilidade no trato de bens de terceiros e públicos e integridade dos indicados, fortalecendo nossa confiança nos gestores e mitigando nossos riscos.
 
Confiamos que nossas preocupações e solicitações terão a atenção de quem assumiu a imensa tarefa de reequilibrar o País, fortalecer o senso de justiça e combater, sem tréguas, a corrupção, em benefício do coletivo.